We found a match
Your institution may have access to this item. Find your institution then sign in to continue.
- Title
Herpesvírus equino I: relato de dois casos e medidas preventivas.
- Authors
Clemente Frias, Nathália; Karoline Moura, Heloá; Andrade Fernandes, Racquel; Pereira Soares, Jessie; Ferreira Vicentini, Yuri; Bargi Belli, Carla; Arantes Baccarin, Raquel Yvonne
- Abstract
A mieloencefalopatia por herpesvírus 1 (HVE-1) é uma doença que pode se manifestar em surtos ou casos individuais e a infecção pode ocorrer nas primeiras semanas de vida. O HVE-1 é um vírus enzoótico na maioria da população equina mundial e os surtos podem aparecer quando novos animais são introduzidos no rebanho ou por reativação viral. Esse resumo relata casos de infecção por HVE-1 em duas éguas de salto, oriundas do mesmo estabelecimento, sem alterações prévias, sem histórico de trânsito havia 5 meses e com esquema vacinal de acordo com os protocolos FEI/CBH. CASO 1: égua, 8 anos, Puro Sangue Inglês, com sinais neurológicos agudos: espasmo em face esquerda, head tilt para direita, redução do reflexo pupilar e estrabismo ventral em olho esquerdo, diminuição de propriocepção, ataxia, redução do tônus de cauda. Ainda na propriedade foram instituídos DMSO (1 g/kg/BID), flunixim meglumine (1,1 mg/kg/SID), dexametasona (0,1 mg/kg/SID). CASO 2: égua, 21 anos, Brasileira de Hipismo, com sinais neurológicos agudos: ataxia, ausência do tônus de cauda, incontinência urinária, apatia, sem propriocepção e com edema nos membros pélvicos. Ainda na propriedade instituiu-se medicação semelhante a instituída ao outro animal, adicionando 5 mg/kg de diclazuril (5 mg/kg - SID). Para diagnóstico foram coletadas amostras de líquor, soro sanguíneo e swab nasal para a realização do diagnóstico diferencial para encefalites virais, incluindo HVE-1, além de encefalomielite protozoária equina. As éguas receberam terapia de suporte. Por meio da técnica PCR real-time, realizada com a amostra de líquor, obteve-se resultado positivo para HVE-1. O caso 1 apresentou melhora progressiva e positiva dos sinais neurológicos e obteve exame negativo no swab nasal após 20 dias do início dos sinais. Após 70 dias, retornou às atividades esportivas. O caso 2 apresentou evolução lenta com permanência da incontinência urinária e ataxia dos membros pélvicos como sequelas, embora tenha ficado com o exame negativo PCR real-time em 10 dias. Instituiu-se betanecol (8 mg/kg/TID), eletroacupuntura e ajustes quiropráticos para as sequelas, obtendo-se melhora parcial. Desta forma, a égua foi encaminhada para aposentadoria e mantida sob cuidados de manejo. Observou-se que cavalos idosos são mais suscetíveis e podem apresentar sinais clínicos mais graves de mieloencefalopatia por HVE-1 durante um surto e que o sexo feminino está associado a um maior risco de desenvolver a doença, justificando a apresentação do caso 2. Concomitante ao surgimento dos quadros apresentados e à suspeita de mieloencefalopatia por HVE-1, instituiu-se restrição da realização de torneios na propriedade de origem e de trânsito animal por 21 dias (contados a partir da saída dos animais sintomáticos). Os animais contactantes foram monitorados diariamente, incluindo aferição da temperatura retal. Nenhum outro animal apresentou sinais neste período. Nessas circunstâncias, destaca-se a importância das medidas de prevenção, além da vacinação, amenizando as chances de surtos da doença.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p219
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article