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- Title
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO COM DOXICICLINA NA MORFOLOGIA DO ÍLEO DE CAMUNDONGOS INFECTADOS COM SCHISTOSOMA MANSONI.
- Authors
da SILVA, Thiago Donizeth; GONÇALVES, Reggiani Vilela; SOUZA, Raquel Lopes Martins; CAETANO, José Edson; CALDAS, Ivo Santana; MARQUES, Marcos José; NOVAES, Rômulo Dias
- Abstract
Introdução: A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária negligenciada causada pelo helminto Schistosoma mansoni. Essa doença está intimamente associada à pobreza e causa elevada morbidade êntero-hepática, associada à intensa reação inflamatória granulomatosa desencadeada pelos ovos retidos na microcirculação do fígado e intestino. Na enteropatia esquistossomótica, a inflamação granulomatosa está associada à erosão da parede intestinal e à translocação de ovos de S. mansoni até a luz intestinal, resultando na excreção desses ovos nas fezes do hospedeiro infectado. Objetivo: Investigar os efeitos do tratamento com doxiciclina sobre a morfologia do íleo de camundongos infectados por S. mansoni. Metodologia: Foram utilizados 40 camundongos suíços machos, divididos em 4 grupos: Grupo controle (GC) = não infectado, Grupo infectado (GI) = infectados por S. mansoni; Grupo infectado tratado com praziquantel (GIP) = infectados por S. mansoni tratados com 200 mg/kg de praziquantel, Grupo infectado tratado com doxiciclina (GID) = infectados por S. mansoni tratados com 50 mg/kg de hiclato de doxiciclina. Após 80 dias de infecção, os animais foram submetidos a um tratamento com praziquantel (dose única - 200 mg/kg) e hiclato de doxiciclina (dose diária de 50 mg/kg) por 60 dias. Os animais foram eutanasiados, e o íleo foi coletado para processamento histológico (corados com HE e Alcian Blue) e análise histomorfométrica. Resultado: Os grupos GC e GIP apresentaram uma microestrutura normal, com epitélio de revestimento intacto, suportado por lâmina própria, capilares linfáticos lacteais evidentes e células caliciformes bem definidas. Nos grupos GI e GID, as vilosidades intestinais mostraram-se ligeiramente delgadas. No Grupo GC, a submucosa apresenta-se delgada e com baixa celularidade. Nos grupos infectados, a submucosa apresenta-se espessa, com aumento do tecido conjuntivo e presença de granulomas. O Grupo GIP apresentou granulomas pequenos e com baixa celularidade na bainha. O grupo GID apresentou maiores granulomas e maior celularidade. Conclusão: Com base nos resultados obtidos neste estudo, podemos concluir que a infecção por Schistosoma mansoni causou significativas alterações na morfologia do íleo dos camundongos. Essas alterações incluíram o adelgaçamento das vilosidades intestinais, o espessamento da submucosa, o aumento do tecido conjuntivo e a formação de granulomas. Além disso, observamos que o tratamento com doxiciclina exacerbou essas alterações histomorfológicas, resultando em criptas intestinais mais rasas e uma área aumentada nos animais infectados. Esse efeito adverso da doxiciclina na resposta inflamatória e nas mudanças estruturais do íleo sugere a necessidade de cautela ao considerar essa substância como uma opção de tratamento para a esquistossomose mansoni. É importante destacar que o praziquantel, utilizado como tratamento de referência neste estudo, pareceu ser mais eficaz em limitar as alterações morfológicas induzidas pela infecção, com a preservação de uma microestrutura mais próxima do normal.
- Publication
Evidência, 2023, Vol 23, Issue 2, p317
- ISSN
2236-6059
- Publication type
Article