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- Title
Hérnia inguino-escrotal direta em neonato equino.
- Authors
Tavares Nieman, Rodrigo; Alegre Chic, Samara Ramos; Mendonça Ghelfi, Gabriela; Lagrotta Garcia, Laís; do Prado Vendruscolo, Cynthia
- Abstract
As hérnias inguinais congênitas em potros são em sua grande maioria de origem hereditária, ocorrendo a migração de um segmento do jejuno ou íleo através dos anéis inguinais, permitindo a permanência deles em região inguino-escrotal ou em contato com o testículo dentro da túnica vaginal. Os sinais clínicos consistem em desconforto abdominal, aumento de volume em região inguinal e sensibilidade ao toque. O diagnóstico detalhado e definitivo é baseado no exame ultrassonográfico e o tratamento objetiva a retração das vísceras em direção à cavidade de origem e herniorrafia. Se não tratadas imediatamente, as hérnias inguinais congênitas do tipo diretas e irredutíveis, consideradas como urgência cirúrgica, acarretam em óbito. Um equino neonato com 8 horas de vida, da raça American Trotter, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Metodista de São Paulo, Campus Planalto, com quadro clínico de taquicardia, sinais de desconforto abdominal desde o nascimento devido à presença de aumento de volume irredutível em região inguinal esquerda com áreas de flutuação, associado a edema em escroto e prepúcio. O exame ultrassonográfico revelou o anel inguinal do lado esquerdo com diâmetro de 4,8 cm, pelo qual foi possível observar a passagem de alças do intestino delgado, que apresentava paredes espessas, além da presença do testículo junto ao conteúdo herniado. Diante do exposto, o animal foi imediatamente encaminhado para o procedimento cirúrgico de herniorrafia. Optou-se pela administração de antibioticoterapia profilática com ceftiofur (2,2 mg/kg, I.V.), medicação pré-anestésica com midazolam (0,2 mg/kg, I.V.), seguido pela indução com propofol (3,0 mg/kg, I.V.) associado à cetamina (1,0 mg/kg, I.V.) e manutenção anestésica com isoflurano em ventilação assistida. O procedimento cirúrgico foi realizado por abordagem inguinal, não havendo a necessidade de enterectomia e anastomose intestinal. Os seguimentos de jejuno foram então retraídos e reposicionados dentro da cavidade abdominal com posterior realização de orquiectomia bilateral e fechamento de ambos os anéis inguinais com material de sutura inabsorvível. A terapia pós-cirúrgica constou na administração de ceftiofur (2,2 mg/kg, I.V., SID, 10 dias), flunixin meglumine (1,1 mg/kg, I.V., SID, 5 dias), cimetidina (6,6 mg/kg, I.V., SID, 7 dias) e limpeza da sutura de pele com clorexidina 2%, solução fisiológica 0,9% e aplicação tópica de rifamicina sódica por 12 dias. O animal recebeu alta hospitalar após 15 dias de internamento, com frequência e aspecto normais de micção, normoquesia e normorexia. O encaminhamento precoce e presteza na correção cirúrgica evitou um maior comprometimento intestinal, com recuperação pósoperatória satisfatória e desenvolvimento físico normal do potro para a raça.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p263
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article