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- Title
Fratura maxilar bilateral em equino: descrição clínica e terapêutica.
- Authors
José Bittar, Maurício; Martinez Matheus, Murillo; Roberto July, José; Manzione Espinhal, Bernardo; de Campos, Reinaldo; Manzano de Campos, Fernanda P. A.; Pontarolo, Maurício; Romero Corrêa, Rodrigo
- Abstract
A escassez de tecidos moles faz com que a cabeça seja especialmente susceptível a fraturas que são frequentemente causadas por traumas diretos como coices, colisões com objetos fixos e quedas. As lesões podem variar de pequenas feridas com depressões ósseas a graves fraturas cominutivas com envolvimento de estruturas vitais, incluindo dentes, seios paranasais, olhos, nervos e grandes vasos. Os sinais clínicos mais comuns são aumento de tecidos moles, mal alinhamento de ossos e dentes, hiporexia e halitose. Também podem estar presentes epistaxe, distrição respiratória e enfisema subcutâneo. O diagnóstico pode ser confirmado com radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética. As opções de tratamento também são variadas, sendo possível o tratamento conservativo, bem como a osteossíntese utilizando fios de cerclagem, fixadores externos e placas ou até mesmo balões intrasinusais e fios de polidioxanona. Um potro macho, Puro Sangue Inglês, 2 anos, foi referendado apresentando hemorragia bucal, deslocamento da maxila e incisivos à direita e dificuldade de apreensão de alimento. O exame físico revelou avulsão dos dentes 501 e 606 e fratura alveolar dos dentes 106 e 206 com afastamento de sua porção mesial para a direita. O exame radiográfico revelou fratura bilateral dos alvéolos dos dentes 106 e 206, do terço distal do osso incisivo e do osso maxilar. Com o paciente sob anestesia geral inalatória e posicionado em decúbito dorsal, foi inicialmente utilizado um distrator femoral humano para a redução da fratura. Para estabilização, optou-se pelo uso de uma barra em U ancorada por fios de cerclagem fixados aos dentes 07 e 08 bilateralmente e aos incisivos. Utilizouse polimetilmetacrilato para proteção dos tecidos moles adjacentes. Os cuidados pós-operatórios foram terapia anti-inflamatória e antimicrobiana, lavagem da cavidade oral com água corrente e fornecimento de alimentação úmida. Após setenta dias, os implantes foram removidos e o controle radiográfico confirmou o alinhamento e cicatrização óssea. Como frequentemente relatado, a fratura ocorreu de forma traumática, devido ao impacto contra o partidouro ao início de um páreo. O desalinhamento da porção rostral da face e dos dentes incisivos permitiu o diagnóstico clínico. Apesar da complexidade anatômica e grande sobreposição de estruturas, o exame radiográfico permitiu a visualização das linhas de fratura, complementando o diagnóstico e possibilitando o planejamento cirúrgico. O tratamento das fraturas faciais com o paciente em posição quadrupedal é possível, porém a dor à manipulação e o temperamento do paciente contraindicavam esta escolha. Optou-se, então, pelo decúbito dorsal, permitindo acesso bilateral. A espessura e baixa dureza ósseas e a proximidade com a coroa de reserva dentária dificultou a correção utilizando placas e parafusos, logo a utilização da barra em U tornou-se a melhor opção para a estabilização da fratura. O uso do distrator para promover a redução da fratura e aplicação da barra em U visando manter o alinhamento ósseo se mostraram eficientes no caso descrito. A estabilidade fornecida pelos implantes promoveu uma boa cicatrização óssea e o retorno do paciente à atividade esportiva.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p255
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article