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- Title
RELAÇÃO ENTRE O GÊNERO ROSEBURIA E O PERFIL GLICÍDICO NA OBESIDADE GRAVE.
- Authors
Ribeiro Coimbra, Vívian Oberhofer; de Oliveira Siais, Leysimar; Kremer Faller, Ana Luísa; Carvalho Mattos, Fernanda Cristina; Ivar Carneiro, João Régis; Rosado, Eliane
- Abstract
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica multifatorial e um grave problema de saúde pública com elevada prevalência no mundo. Por outro lado, a microbiota intestinal (MI) tem sido considerada um órgão metabólico que desempenha um papel importante no balanço energético e no estado inflamatório e metabólico. Há evidências científicas de que modificações na composição da MI, podem favorecer a migração de lipopolissacarídeos para a corrente sanguínea, contribuindo para o estado inflamatório, resistência à insulina e para o desenvolvimento de outras doenças crônicas como diabetes mellitus tipo 2. Nos últimos anos, o gênero Roseburia, do filo Firmicutes, tem se destacado por sua possível associação com a melhora da sensibilidade à insulina. Todavia, há relatos de aumento significativo deste gênero em indivíduos com obesidade. Dessa forma, o estudo é relevante pelo tema ainda ser inconclusivo e contraditório na literatura. O objetivo deste trabalho foi correlacionar Roseburia com o perfil glicídico em mulheres adultas com obesidade grave. MÉTODOS: Estudo observacional, envolvendo 28 mulheres com idade entre 18 e 60 anos com obesidade grave (índice de massa corporal (IMC) maior do que 40 kg/m²) do Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Para avaliação da glicemia, insulina e hemoglobina glicada (HbA1c), foi realizada coleta de sangue após doze horas de jejum noturno. A resistência à insulina foi estimada pela avaliação da homeostase de resistência à insulina (HOMA-IR), calculada com base nos valores de glicemia e insulina de jejum. A MI foi avaliada pelo método de sequenciamento ribossomal 16S. O gênero Roseburia foi avaliado em percentual e valor absoluto. O programa SPSS 22.0 foi utilizado para as análises estatísticas, considerando p-valor < 0,05. Os dados foram expressos em média e desvio padrão (DP) e mediana e intervalo de confiança (IC). O estudo foi aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 16427219.2.0000.5257) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-8wv87th). RESULTADOS: As participantes apresentaram IMC médio (DP) de 46,23 (6,97) kg/m² e medianas (IC) de 123mg/dL (113,0; 135,5) de glicemia, 25,3UI/ml (17,63; 34,93) de insulina, 5,9% (5,6; 6,3) de HbA1c e 6,51 (4,54; 11,08) de HOMA-IR. Quando ao gênero Roseburia, foi observada mediana de 806,5 (2,67%). Houve correlação negativa moderada do gênero Roseburia com glicemia (r = -0,632; p < 0,001) e HbA1c (r = -0,638; p < 0,001). CONCLUSÃO: Este estudo inovador sugere que gênero Roseburia parece se associar com melhora do perfil glicêmico de mulheres com obesidade grave, uma vez que quanto maiores os valores de Roseburia, menores os valores de glicemia e HbA1c.
- Publication
Revista da Associação Brasileira de Nutrição, 2022, Vol 13, Issue 2, p887
- ISSN
1983-3164
- Publication type
Article