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- Title
Letalidade associada ao decúbito em equinos acometidos por afecções neurológicas: estudo retrospectivo (2020-2023).
- Authors
Felicio da Silva, Nathalia; de Brito Uehara, Lethicia Sayuri; Andrade Fernandes, Racquel; David Spagnolo, Julio; Arantes Baccarin, Raquel Yvonne; Bargi Belli, Carla
- Abstract
O decúbito e suas repercussões sistêmicas conferem grande desafio ao médico veterinário de equinos devido à complexidade de manejo, monitoramento e enfermagem. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de letalidade relacionada ao tempo de decúbito em equinos acometidos por afecção em sistema nervoso central (SNC) atendidos pelo serviço de clínica médica de equinos do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (HOVET - FMVZ/USP), entre os anos de 2020 e 2023. Neste período, foram atendidos 31 casos com acometimento do SNC, sendo 11 (35,4%) de mieloencefalite protozoária equina (EPM), quatro (12,9%) de herpesvírus tipo-1 (EHV-1), cinco (16,1%) de leucoencefalomalácia equina (LEM), dois (6,4%) tétanos, uma (3,2%) meningite bacteriana (MB) por Enterococcus sp. e oito (25,8%) não tiveram o diagnóstico. Dezessete (54,8%) vieram a decúbito durante uma média de 3,84 (1 a 25) dias, sendo submetidos a tratamento sintomático e suporte com auxílio de talha. Destes, doze (70,6%) vieram a óbito, sendo sete (58,3%) por eutanásia por impossibilidade de melhora clínica ou restrição financeira. Cem por cento dos animais que não vieram a decúbito durante o tratamento, mesmo sem remissão total de sintomas e independentemente da etiologia, tiveram alta médica. Nenhum dos casos EPM veio a decúbito ou a óbito, tendo alta após 4,2 (1 a 9) dias de internação. Quanto ao EHV-1, dois permaneceram em decúbito por três (2 a 4) dias, sendo eutanasiados após este período, e um permaneceu três dias em decúbito, tendo melhoras significativas com o tratamento e fisioterapia durante 42 dias, porém vindo a óbito na propriedade após um mês de alta. Quatro daqueles diagnosticados com LEM vieram a óbito após 1,75 (1 a 2) dias de decúbito e um foi eutanasiado após um dia em decúbito. Um caso de de tétano teve associação prévia com pleuropneumonia, vindo a óbito após dois dias de decúbito e um teve alta após 32 dias de internação. O caso de MB foi eutanasiado após cinco dias de decúbito. Três dos cavalos com sintomatologia neurológica de etiologia não definida vieram a decúbito durante uma média de 8,75 (2 a 25) dias e, destes, dois foram eutanasiados e um veio a óbito. Corroborando a literatura, a EPM apresenta bom prognóstico à vida e menores taxas de decúbito consoante ao tratamento empregado. A taxa de letalidade de pacientes que vêm a decúbito é alta e nem sempre a melhora depende da afecção, devido ao suporte oneroso e grandes grupos musculares sofrerem lesões de repercussão sistêmica pelo tamanho dos pacientes. Neste estudo, observou-se que em média após três dias em decúbito, sem melhora clínica e com o animal impossibilitado de manter-se em estação, mesmo com o tratamento adequado e cuidados suporte, a taxa de melhora é muito baixa, devendo ser levada em consideração a eutanásia como forma de mitigar seu sofrimento. Equinos que não vêm a decúbito apresentam prognóstico favorável à vida, com alta taxa de recuperação.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p58
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article