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- Title
Técnica de traqueostomia permanente compensatória à hemiplegia laringeana bilateral em equino.
- Authors
Fernandes Sanchez, Victoria; Vieira Dumas, Juliana; de Oliveira Almeida, Mariana; Lemos Rezende, Ana Laura; Feliciano Faria, Fernanda; Luiza de Oliveira, Gabriela; dos Santos Oliveira, Brenda V.; Maria Barreira, Julia; Ribeiro Cabral Noso, Luciana D.; Alves Ferreira, Marília; Salles Brito, Pedro Henrique; Sampaio Dória, Renata Gebara
- Abstract
A traqueostomia é a técnica de eleição em casos de obstruções severas em vias áreas superiores, a fim de permitir oxigenação adequada. Admitiu-se no hospital veterinário da USP de Pirassununga um equino, fêmea, de 12 anos, sem histórico de ruído respiratório, que apresentou crise de asfixia durante manejo reprodutivo, necessitando de traqueostomia de emergência. De imediato, foi inserida cânula de 15 x 6 mm, permitindo a respiração e instituiu-se terapia antibiótica e antiinflamatória, além da aplicação de soro antitetânico. O animal foi encaminhado para endoscopia, em que constatou-se paralisia bilateral das cartilagens aritenoides, gerando importante redução do fluxo de ar pela laringe e consequente asfixia. Optou-se pela técnica de traqueostomia permanente a fim de garantir o fluxo de ar. Para tal, a paciente foi posicionada em decúbito lateral e mantida sob anestesia geral inalatória. Realizouse intubação orotraqueal com cuff distal à lesão, reduzindo drenagem de sangue para os pulmões. Após incisão de 10 cm em pele, em continuidade ao orifício pré-existente, e divulsão da musculatura, foi possível visualizar a traqueia, onde realizou-se incisão em Y sobre três anéis, removendo fragmento de 5 cm de largura e obtendo orifício retangular. Entre pele e cartilagem realizou-se sutura em padrão simples separado com fio não absorvível. A espessura do tecido de granulação, fruto da intervenção anterior, não permitiu a sutura da mucosa da traqueia à pele devido à tensão necessária para aproximar os tecidos. No pós-operatório, instituiuse terapia anti-inflamatória com dexametasona (0,1 mg/kg, SID, três dias), flunixin meglumine 1,1 mg/kg, SID e meloxicam 0,6 mg/kg, SID, ambos por cinco dias. Como antibioticoterapia administrou-se penicilina benzatina (25.000 UI, a cada 48h, três aplicações) e gentamicina (6,6 mg/kg, SID, cinco dias). Curativo local era realizado diariamente, sendo que as suturas foram removidas com 12 dias, e com quatro semanas a limpeza diária da ferida não foi mais necessária. Acompanhou-se o caso com hemogramas e ultrassonografias pulmonares semanais, a fim de diagnosticar pneumonias e demais complicações, estas não identificadas. A literatura demonstra que animais com hemiplegia unilateral têm pior prognóstico do que os com a afecção bilateral, sendo que complicações associadas ao procedimento de traqueostomia permanente, como colapso traqueal, estenose e pneumonia, não foram observadas nesse caso, mesmo após quatro meses do tratamento. Conclui-se que a técnica de traqueostomia permanente foi eficiente para tratamento de asfixia por paralisia bilateral de aritenoide, sendo que o animal retornou ao plantel de reprodução do qual fazia parte e não apresentou mais crises de asfixia.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p299
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article