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- Title
Torção de ceco em égua Brasileiro de Hipismo.
- Authors
Andreolla Dorneles, Tagor Eduardo; Troitino Seidner, Júlia; Quental Caribé, Julia; Ribeiro Chaga, Amanda; Cristine Kich, Thaís; da Silva Santos, Amanda; Xavier Porto, Thyago
- Abstract
Afecções primárias em ceco são causas incomuns de síndrome cólica, acometendo apenas 4% dos animais. Entre as afecções que acometem o ceco, pode-se encontrar compactação, infarto, abscesso, adesões, neoplasias, timpanismo, intussuscepção, ruptura e torção do órgão. As torções de ceco, apesar de representarem pequena porcentagem dos casos de cólicas envolvendo o ceco (apenas 9%), levam os animais a apresentarem dor severa e são de difícil resolução. Foi atendido na seção veterinária do 1° Regimento de Cavalaria de Guardas (1°RCG) um equino fêmea, da raça Brasileiro de Hipismo, 12 anos de idade, 450 kg, com sinais de síndrome cólica. Iniciou-se tratamento clínico realizando sondagem nasogástrica, onde observou-se conteúdo gástrico com ração e feno fermentados. Na palpação transretal, constatou-se cólon maior em posição não fisiológica, com possível compactação, e ápice do ceco palpável próximo à cavidade pélvica, com distensão acentuada por gás. Considerando a evolução clínica do animal e os achados da palpação retal, decidiu-se pela realização de laparotomia exploratória, na qual observou-se compactação de grande volume no cólon maior com pouco comprometimento desta alça, deslocamento caudal e torção do ceco em 180°, apresentando coloração cianótica de toda a serosa e congestão dos vasos. Realizou-se enterotomia na flexura pélvica e lavagem de cólon maior para remoção da compactação e reposicionamento do ceco. Minutos após a correção da torção, observou-se melhora na vitalidade do órgão, com diminuição da congestão e presença de motilidade, optando-se pela não realização da tiflectomia. Durante o pós-operatório, realizou-se fluidoterapia, antibioticoterapia e terapia procinética através de infusão de lidocaína, infusão de cálcio e metroclopramida. Apesar do tratamento realizado, o animal apresentou evolução clínica ruim, com presença de refluxo e dor acentuada, não controlada com analgésicos e sedativos, sendo optado pela eutanásia após 24 horas de pós-operatório. Na necropsia havia retroflexão de ceco, que se apresentava com coloração necrótica na serosa e na mucosa. Muitas vezes, como nesse caso, o diagnóstico definitivo só pode ser feito com a laparotomia exploratória. Quando foi realizada a cirurgia, apesar da rápida decisão pela laparotomia exploratória, o ceco já apresentava acentuado comprometimento vascular, com prognóstico reservado. É incomum que a torção de ceco seja a causa primária da síndrome cólica nos equinos, e acredita-se que nesse caso a causa primária tenha sido a compactação de cólon maior. A torção de ceco em sua maior parte resulta em comprometimento vascular severo e a tiflectomia é uma opção cirúrgica para esses casos, mas de difícil execução e recuperação dos animais. Por conta disso, optou-se por não realizá-la, levando em consideração a presença de sinais de vitalidade durante o pós-cirúrgico, após o reposicionamento da alça, como melhora da coloração da serosa e presença de motilidade, e para tentar a recuperação do animal apenas com o reposicionamento do órgão. No Brasil há relatos de casos de sucesso na realização de bypass de ceco por ileocolostomia, sendo uma boa possibilidade terapêutica nesses casos.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p353
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article