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- Title
Deslocamento rostral de arco palatofaríngeo em égua atendida no Primeiro Regimento de Cavalaria de Guardas.
- Authors
Marins Magalhães, Isabelle Trezze; Pereira da Silva, Luis Felipe; Gonçalves Luro, Thaíza; Andreolla Dorneles, Tagor Eduardo; Barroso Lessa, Daniel Augusto
- Abstract
O deslocamento rostral de arco palatofaríngeo (DRAP) consiste na movimentação rostral do pilar posterior do palato mole, sobrepondo os processos corniculados das cartilagens aritenoides. Tal restrição do lúmen laringeal causa dificuldade respiratória em graus variados, podendo causar asfixia e morte. Em equinos, essa enfermidade é considerada congênita, sendo consequência de uma má formação do quarto arco branquial (4-BAD), o qual dá origem ao arco palatofaríngeo, entre outras estruturas, causando, assim, sinais como dispneia, disfagia e presença de estridor respiratório. Seu diagnóstico normalmente é feito por meio da endoscopia das vias aéreas superiores e os tratamentos disponíveis até o momento são insatisfatórios. A anomalia é pouco diagnosticada devido à apresentação clínica pouco específica e baixa incidência. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de DRAP. Uma égua de 9 anos, sem raça definida e atleta de polo, foi atendida na Seção Veterinária do Primeiro Regimento de Cavalaria de Guardas (1RCG) devido à queixa de laceração em membro pélvico direito. Durante o manejo da ferida, o animal apresentou intensa dispneia com aumento da amplitude respiratória, estridor, taquipneia e taquicardia, vocalização, epistaxe bilateral, mioclonia, inquietação e edema de fossa supraorbitária. Além disso, o proprietário relatou "ronco" pós-exercícios. Instituiu-se dexametasona (IV 0,1 mg/kg SID durante 5 dias) e dimetilsulfóxido (IV 0,5 g/kg SID durante 3 dias). Após estabilização do animal e sedação utilizando detomidina (IV 20 µg/kg), realizou-se endoscopia do trato respiratório. Durante o exame, foi possível visualizar o arco palatofaríngeo projetando-se rostralmente e impedindo abdução adequada das aritenóides. Além disso, havia conteúdo sanguinolento desde as narinas até os brônquios. Adicionou-se ao tratamento N-Acetilcisteína (VO 0,5 ml/kg) e sulfadiazina (IM 12 mg/kg) associada à trimetropim (IM 2,4 mg/kg) por 5 dias. Sete dias depois, houve um novo episódio de desconforto respiratório acompanhado dos mesmos sinais acrescidos de presença de conteúdo alimentar na narina direita, resultando rapidamente na morte da paciente. Na necropsia, foram encontrados edema e hemorragia pulmonar. Com base nessas evidências, constatou-se o DRAP. Erros na interpretação da endoscopia, além da não utilização de outros métodos diagnósticos como a palpação da laringe contribuem para o subdiagnóstico dessa enfermidade. A sobrevida e o conforto do animal podem ser alcançados temporariamente por meio da traqueostomia. Tal condição pode acometer o animal em diferentes graus e, a depender de sua gravidade, pode-se optar pela eutanásia. Portanto, o presente caso destaca-se por relatar o aparecimento tardio dos sinais clínicos mais graves decorrentes de um defeito do quarto arco branquial, sendo incialmente percebido apenas estridor ao exercício, evoluindo para dispneia ao repouso. Logo, o DRAP é uma condição que deve ser considerada como diagnóstico diferencial junto a outras causas de estridor laríngeo.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p191
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article