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- Title
Cintilografia nuclear, exame complementar e diagnóstico - fratura por estresse em tíbia de equino Puro Sangue de corrida.
- Authors
Siqueira Raimundo, Bruna Patrícia; Sbrussi Granella, Milena Carol; Soletti, Arthur; Ferreira Abreu, Mariana; de Resende Souza, Vitor Vieira; Drumond, Bianca; Martins de Oliveira Veiga, Carlos E.
- Abstract
As lesões ortopédicas por estresse repetitivo, associadas aos exercícios de alta intensidade em equinos da raça Puro Sangue Inglês (PSI) de corrida são frequentes. Geralmente manifestam-se em ossos longos como fraturas incompletas ou convencionalmente chamadas de fraturas por estresse, resultantes de injúrias progressivas (microdanos) que podem evoluir a fraturas catastróficas nos casos de continuidade do exercício e/ou equívoco diagnóstico. O exame radiográfico muitas vezes não confirma a suspeita mesmo com incidências adicionais, devido às sutis e imperceptíveis alterações ósseas estruturais, o que se torna desafiador ao profissional veterinário. A medicina humana destaca o exame gama cintilografia nuclear (também conhecido por cintigrafia ou cintilografia), como padrão-ouro para diagnóstico de fraturas por estresse. Esta é uma modalidade de imagem altamente sensível para identificar precocemente estágios de remodelação óssea após a lesão. Relata-se um caso de equino, macho, PSI, dois anos, 514 kg, admitido na Horse Center, Petrópolis (RJ), com histórico de claudicação aguda em membro pélvico esquerdo (MPE), respostas negativas aos bloqueios perineurais dos ramos plantares e metarsianos plantares e dorsais, baixos e altos (6 pontos). Na avaliação dinâmica, o exame físico específico do sistema locomotor permitiu evidenciar claudicação de MPE, graduada 3 (AEEP 1-5), não associado a aumento de volume, tampouco a aumento de temperatura. Foram realizadas incidências radiográficas das articulações metatarsofalangeana, tarso, tíbia e femorotibiopatelar esquerda, sem achados significativos. Indicou-se a cintilografia, a qual administrou-se via infusão intravenosa 2 ml de radioisótopo eluido, à base de tecnécio-99m (Tc99m) e um sal difosfonato de metileno (MDP). Realizaram-se as fases de tecidos moles (pool) após 30 minutos da administração do radiofármaco e a fase óssea, após duas horas. O procedimento foi realizado com o animal em estação e sob sedação com cloridrato de xilazina 10% (0,5 mg/kg, IV) e cloridrato de detomidina 0,2% (0,01 mg/kg, IV), administrado em bólus. Ao exame constatou-se hiperconcentração de radiofármaco de leve à moderada na porção diafisária distocaudal do aspecto medial da tíbia esquerda, compatível com fratura por estresse. Recomendou-se tratamento conservativo com repouso em baia durante 30 dias iniciais; após 45 dias, caminhadas ao cabresto, duas vezes ao dia. Contraindicou-se a administração de anti-inflamatórios e sugeriu-se adequação nutricional visando redução de peso do animal. Ainda, reavaliação após 90 dias (exame radiográfico e cintilografia). No entanto, após 73 dias da realização da cintilografia, o equino apresentava-se sem alterações no andamento e significativa melhora do quadro clínico, sendo suspendida a repetição do exame. O diagnóstico assertivo permitiu a escolha da conduta terapêutica adequada a fim de favorecer um bom prognóstico para o retorno ao esporte e desempenho atlético do equino.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p175
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article