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- Title
Mastite recorrente em égua idosa decorrente de disfunção da pars intermédia da pituitária.
- Authors
Manara Caceres, Amanda; Gomes Sanches, Fabio Amoroso; Garcia Mafort, Erica; Andrade Fernandes, Racquel; Ferreira Vicentini, Yuri; Pellenz Teixeira, Mariah; Barbosa Fernandes, Claudia
- Abstract
Um equino, fêmea, Bretão, 27 anos, 640 kg foi encaminhado para atendimento no Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (HOVET-USP). No atendimento a campo, constou-se apatia e hiporexia, presença de edema no úbere e seroma nos tetos. O animal foi tratado com flunixina meglumina, dexametasona, sulfametazol com trimeptropim e antitóxico. Foram relatados dois episódios prévios de mastite, solucionados com antimicrobianos e antinflamatórios. No HOVET, ao exame físico, constatou-se aumento de frequência cardíaca (68 bpm) e respiratória (40 mrp), edema, dor e aumento de temperatura em ambas as cisternas mamárias e secreção amarela turva quando ordenhada. Nos exames auxiliares constatou-se apenas leucocitose por neutrofilia e intensa vascularização, sem formação de abscessos ou indicativo de neoformação na ultrassonografia das glândulas mamárias. Além disso, na cultura e antibiograma da secreção mamária, realizadas após antissepsia dos tetos e realização do pré-dipping com iodo tópico, foi isolado e identificado Enterococcus faecalis apenas no teto esquerdo. O tratamento instituído foi omeprazol (4 mg/kg, SID, VO, por 14 dias), sulfadiazina e trimetoprim (30 mg/kg BID, VO, por 11 dias), firocoxibe (0,1 mg/kg, SID, VO, por 5 dias), ducha fria no úbere e caminhada, ambas por 20 minutos, e compressa quente (10 minutos, TID, durante 14 dias). Não havendo melhora, optou-se pela aplicação de antibiótico intramamário em ambos os tetos no seguinte protocolo: limpeza do úbere com água e sabão neutro, seguida de lavagem com clorexidine 2%, realização de pré-dipping (clorexidine aquoso 0,2% 40 ml), secagem com gaze estéril, introdução do cateter 20G, um para cada orifício do teto, e aplicação de 10 ml de Flumast (flumetasona, espiramicina e neomicina) e realização de pós-dipping (solução fisiológica 37,2 ml + iodo 10% 2 ml + glicerina 0,8 ml). Devido ao histórico de mastite recorrente e suspeita de disfunção da pars intermédia da pituitária (DPIP), realizou-se as dosagens dos seguintes hormônios: adenocorticotrófico (ACTH), níveis de cortisol pela manhã, tarde e após aplicação de dexametasona, insulina, ritmo circadiano e T4 total, de acordo com o protocolo indicado pelo laboratório BETS Labs. Todos os hormônios estavam com seus respectivos valores dentro da referência, com exceção do ACTH, que se apresentou aumentado (125 pg/ml), dessa forma indicando possível DPIP, que poderia afetar o sistema imune do animal, resultando em infecções mamárias recorrentes. O tratamento instituído foi a utilização da pergolida a 0,002-0,006mg/kg, que funciona como um agonista dopaminérgico, SID, VO, acompanhamento do animal e monitoramento dos hormônios. Entretanto, por se tratar de um medicamento importado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária não permitiu sua importação. Apesar da ausência deste tratamento, foram realizados contatos telefônicos com os proprietários durante um ano após o tratamento para mastite e estes relatam que não houve recidivas.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2023, Vol 21, p244
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article