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- Title
Proposta de método para interferência no padrão de sono equino.
- Authors
Perrone Barbosa, Ângela; Marcelo Oliveira, Tiago; Torquato Seidel, Sarah Raphaela; Mosquera Jaramillo, Fernando; Anadão Tokawa, Paula Keiko; Arantes Baccarin, Raquel Yvonne
- Abstract
O sono dos equinos pode ser dividido em fase REM (rapid eyes movement), onde ocorrem movimentos oculares rápidos, atonia e perda do tônus muscular, e fase NREM (non-rapid eyes movement), onde há hipotonia muscular e diminuição das frequências cardíaca e respiratória. O sono NREM ocorre em trechos de 3 a 4 min ao longo do dia, com o animal em estação ou em decúbito esternal. O sono REM dura de 3 a 5 min e é alcançado com o animal obrigatoriamente em decúbito, sendo que, somadas as fases REM e NREM, o animal dorme em média três horas por dia, ocorridas principalmente durante o período noturno. Os efeitos da privação de sono, causada por longas viagens ou estímulos excessivos em ambiente de prova, nunca foram estudados em equinos. Apesar de existirem protocolos para a privação de sono em outras espécies domésticas, como gatos e vacas, não há protocolos de privação de sono REM em equinos. O objetivo desse trabalho foi criar um método para privação de sono REM em equinos com o mínimo impacto na saúde e bem-estar. Para isso, equinos Puro Sangue Lusitano, praticantes de provas de adestramento, foram submetidos à privação de sono REM por 72h. Os animais permaneceram em suas próprias baias (4,0 x 4,0m), as quais foram equipadas com sistema de monitoramento por câmeras IP com infravermelho e armazenamento em DVR com HD de 1TB. Eram mantidos com acesso livre à água, feno e sal mineral, com concentrado oferecido duas vezes ao dia e sem restrição de movimento durante todo o período de privação. Durante o período noturno, um observador acompanhava os animais por um monitor localizado em frente às baias, com acesso às imagens ao vivo das câmeras das baias. Assim que o animal iniciava o movimento de transição para o decúbito, o observador se aproximava do animal, estimulando-o gentilmente para voltar ao apoio quadrupedal. A manutenção do animal em estação evitava que o animal alcançasse o sono REM, o qual só pode ocorrer com o animal em decúbito por conta da atonia muscular. Durante o período diurno, os animais continuavam sendo monitorados em baias, mas com momentos de saída para trabalho e manejo diário, sendo que durante o período fora da baia também não era permitido o decúbito. Observou-se ao longo dos dias um aumento da sonolência e irritabilidade dos animais, bem como maior comportamento de troca de apoio e um comportamento de apoio da garupa em superfícies como cocho e paredes, aparentemente na tentativa de diminuir a sobrecarga de peso nos membros. Alguns animais passaram a tentar deitarse com maior frequência durante o dia após o início da privação, enquanto outros não tiveram aumento da frequência desse comportamento. O protocolo de privação de sono REM foi eficiente, evitando que os animais alcançassem esse estágio de sono sem a necessidade de manter o cabresto do animal amarrado na baia, privação hídrica ou alimentar, causando o mínimo de desconforto possível aos animais e atingindo o objetivo proposto.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p180
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article