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- Title
Osteossíntese bilateral de mandíbula com placas de compressão bloqueadas e cerclagem em equino.
- Authors
Felicio da Silva, Nathalia; Fernando de Souza, Anderson; Juliani Baumhak, Marina; Moura da Silva, Camila; Brinhol Souza, Gabryela; David Spagnolo, Julio; do Valle de Zoppa, Andre Luis
- Abstract
Fraturas bilaterais de mandíbula em equinos são pouco frequentes na rotina clínica, com altas taxas de complicações e desafios para a realização de uma fixação estável devido às características anatômicas e mecânicas de sua porção rostral. O objetivo deste trabalho é descrever a evolução e desfecho de um caso de fratura bilateral de mandíbula tratado por meio de fixação interna e cerclagem. Uma égua Mangalarga Marchador, de 12 anos, foi atendida pelo Serviço de Cirurgia de Grandes Animais do HOVET-USP com fratura bilateral de diastema mandibular após referido trauma autoinfligido. O animal apresentava parâmetros do exame físico dentro da normalidade. À inspeção, observou-se aumento de volume bilateral leve com instabilidade da porção mais rostral da mandíbula, protrusão de língua, conteúdo sanguinolento originado da cavidade oral, advindo de duas soluções de continuidade sobre os diastemas, rostral aos elementos dentários 306 e 406, e exposição óssea. Ao exame radiográfico, identificou-se no ramo direito uma fratura oblíqua longa, envolvendo os ápices dos elementos dentários 106 a 108 e no esquerdo uma fratura transversa, ambas com acentuado deslocamento e fragmentos. Como tratamento, optou-se pela fixação interna, sob anestesia geral inalatória. Após a redução das fraturas, foram aplicadas duas placas de compressão bloqueadas (LCP) estreitas de 3,5 mm, sendo 10 orifícios no lado direito, posicionada ventralmente, e 11 orifícios no lado esquerdo, lateralmente. Associou-se a aplicação de cerclagem (fio de aço inoxidável 1,25 mm) entre os dentes incisivos inferiores, ancorando nos elementos dentários 306 e 406 (técnica de Obwegeser). Aos três dias de pós-operatório (PO), notou-se o aparecimento de secreção purulenta nas feridas cirúrgicas e aos15 dias de PO, ocorreu falha do implante da esquerda, a quebra de um parafuso e deslocamento parcial da fratura Controles radiográficos periódicos sugeriram a presença de infecção associada aos implantes e à formação de sequestros bilaterais. A placa da direita foi removida aos 43 dias PO e a da esquerda, 60 dias PO, além de procedimentos adicionais para realização de sequestrectomias. Exames de cultura isolaram Escherichia coli resistente, sendo apenas sensível a imipenem. A cerclagem foi substituída uma vez durante este período e mantida até a completa consolidação óssea. O animal apresentou, inicialmente, dificuldade de preensão e mastigação do alimento e melhora com a adaptação e início da cicatrização. A alta hospitalar ocorreu aos 78 dias PO, com leve redução da habilidade de oclusão do incisivos, sendo recomendada avaliação odontológica periódica para seu ajuste. As fraturas bilaterais de mandíbulas são um desafio para a realização de uma fixação resistente, devido ao pouco tecido ósseo disponível para a colocação de implantes, pela presença das raízes dentárias e de cargas cíclicas inerentes desta região que induzem, com maior facilidade, as falhas por fadiga dos implantes. Além disso, neste caso, a presença da exposição dos focos de fratura para a cavidade oral invariavelmente causaram infecção dos implantes. Ainda, o uso de placas bloqueadas permitiu, mesmo na presença de infecção, prolongamento da fixação da fratura, permitindo que a consolidação ocorresse sem prejuízos maiores à anatomia regional.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p321
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article