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- Title
Anomalia do aparato branquial com heterotopia de glândula salivar em base auricular em equino.
- Authors
David Spagnolo, Julio; Pereira Soares, Jessie; Fernando de Souza, Anderson; Marques de Sá, Lilian Rose; Filippo Hagen, Stefano Carlo
- Abstract
A falha do fechamento da primeira fenda branquial pode ocasionar a heterotopia de glândula salivar, por sua vez originada do segundo arco faríngeo, que é definida como a presença de tecido salivar normal fora da distribuição das glândulas salivares. Histologicamente, distingue-se pela presença de epitélio pseudoestratificado ciliado ou epitélio escamoso estratificado que reveste o trato, além da presença de infiltração linfóide observada na maioria das anomalias branquiais. Devido à raridade e apresentação clínica inespecífica, a anomalia é pouco diagnosticada. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de heterotopia de glândula salivar associada à proliferação/exostose do osso temporal. Foi atendido um equino, macho, da raça Mangalarga Marchador, 4 anos, com formação cística na base da orelha esquerda desde o nascimento, apresentando drenagem contínua de secreção mucosa. Para auxílio no diagnóstico, realizaram-se radiografias simples com posicionamento dorsolateral 60° esquerda ventrodorsal e com contraste radiológico Ioexol em posicionamento dorsolateral 45° esquerda ventrolateral, sendo o contraste instilado através da fístula com volume de aproximadamente 20 ml, utilizando sonda uretral n° 6. Nas radiografias, observou-se trajeto fistuloso e uma vesícula de aproximadamente 1,7 cm de diâmetro, com estrutura radiopaca de densidade óssea localizada abaixo da demarcação do contraste, sem conexão com a fístula, descartando assim a suspeita inicial de cisto dentígero. O animal foi encaminhado para o tratamento cirúrgico, onde realizou-se a fistulectomia com o equino em estação, sob sedação. Durante o procedimento, confirmou-se que não havia continuidade entre a estrutura radiopaca e a vesícula, sendo a primeira caracterizada como uma proliferação/exostose de origem axial à crista supramastóide do osso temporal. Na avaliação macroscópica não observou-se tecido dentário. Uma amostra do material da vesícula foi encaminhada para exame anatomopatológico, sendo definida como heterotopia de glândula salivar mucosa associada a tecido linfóide subepitelial. O pósoperatório decorreu sem complicações e não houve recidiva da fístula até o oitavo mês do período pósoperatório. O tecido salivar heterotópico está sujeito aos mesmos processos patológicos que afetam o tecido salivar, incluindo processos neoplásicos. A excisão cirúrgica é o tratamento de escolha, com o intuito de facilitar o manejo e estética do animal, sendo que o uso da técnica radiográfica contrastada auxiliou no mapeamento do sítio cirúrgico, proporcionado uma abordagem menos invasiva e diminuindo o risco de iatrogênico no osso temporal.
- Publication
Revista Academica Ciencia Animal, 2022, Vol 20, p196
- ISSN
2596-2868
- Publication type
Article